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A mostrar mensagens de janeiro, 2018

UM CANTINHO PARA TODOS OS VERDADEIROS AMIGOS

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( A propósito do "Soneto Datílico", da autoria de Albertino Galvão) Cantos não te of`reço que os trago ocupados; Por todos os lados está já transbordando Esse órgão sem mando que mos traz guardados, Mesmo empoeirados, velhos, caducando, Mas vai-me sobrando lugar noutro lado; Num tempo passado que fui resgatando Pensando num quando jamais exp`rimentado, Um espaço asseado, limpinho, brilhando. Será um cantinho, mas sobra-lhe espaço, Abriga um abraço, abriga um carinho, Serve-te de ninho, mata-te o cansaço... Of`reço e se o faço, não ficas sozinho; Há estantes de pinho, de papéis, um maço, E o resto - tão escasso... - são lençóis de linho. Maria João Brito de Sousa – 24.01.2018 – 12.24h Nota - Soneto em verso hendecassilábico com rima intercalada

ENGOLIR O SAPO

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(Soneto em decassílabo heróico) Amanhe-se um poema às três pancadas, Com vísceras e escamas por escamar, E deixe-se o produto a marinar Em três dedais de lágrimas choradas. Depois, sirva-se em taças mal lavadas, Que isso lhe basta quando faz vibrar As cordas do palato (ou paladar...), E of`reça-se às leituras apressadas. Se der “gostos”, vereis que tudo vale; Ter açúcar, ou não, ter, ou não, sal, Estar fresco ou não estar fresco, tanto faz, Pois pouco importa quanto faça mal, A menos que alguém note, aponte e fale... Mas engula-se o sapo. Eu quero é paz! Maria João Brito de Sousa – 23.01.2018 – 13.28h

TOO FAR AND TOO SOON

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(Soneto em decassílabo heróico) Sem espaço para ter privacidade, Nem tempo pr`a pensar e reflectir, Vai a espécie tentando evoluir Sobre as cinzas da própria sanidade E, atrocidade sobre atrocidade, Vai conseguindo, o homem, prosseguir, Sem poder vislumbrar, nem discernir, Que vai perdendo a sua identidade. Quanto nos restará de liberdade? Que pergunta tão tola hoje me invade E porque teimo sempre em resistir À mais que inconcebível quantidade  De gente que entroniza uma igualdade Onde ela está prontinha a sucumbir? Maria João Brito de Sousa – 09.01.2018 -12.45h

MOINHOS E DRAGÕES

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Eu vejo moinhos onde vês dragões, mil conspirações, magos, adivinhos... Sigo os teus caminhos e, sem mais opções, mesmo em multidões, ficamos sozinhos. Desdobrei carinhos, não vi restricções e, nas aflições, sofri-te os medinhos; Face aos teus moinhos, confirmei: - Dragões! Vejo até tições girando em torvelinhos!  Dos oito aos oitenta, chega-se num passo, se a muralha de aço cede, ferrugenta, se oxida e rebenta... e agora, que faço Do nó deste laço que ninguém se sustenta, mas que representa, no tempo e no espaço, quanto de embaraço tanto se lamenta? Maria João Brito de Sousa – 09.01.2018 – 10.51h (Soneto em verso hendecassilábico e rima intercalada.)

NÃO MAIS QUE UM DEDAL...

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NÃO MAIS QUE UM DEDAL Hoje sou poeta que, em tempos passados, Teve outros cuidados. Achei-me incompleta. Sem rumo, nem meta pr`ós passos já dados, Vi-os naufragados sem causa concreta E, usando a caneta, sondei meus pecados Tão sobrestimados... tudo isso era treta E a vida, uma recta sem fuga prós lados Que me eram vedados. Tornei-me obsoleta. Era natural, ou assim o pensava Porque me cansava de vê-lo tão mal Que achava um sinal onde nada encontrava; Nem pedra, nem clava, nem sonho, afinal, Ou pinga de sal, se o sal me faltava... Pouco me sobrava. Não mais que um dedal. * Maria João Brito de Sousa – 04.12.2018 – (por volta das 8.00h) Trabalho inspirado no soneto SOBRE MIM DISSERTO de MEA. .

BOM ANO, BOM ANO!

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Bom ano, bom ano!, por tudo e por nada, sorrindo encantada desejo um bom ano, melhor, mais humano quando desvendada a rota da estrada do meu desengano. Bom ano, bom ano! Que o seja à chegada da noite marcada pelo nosso plano que sempre é sob`rano e, nos mapas traçada, vem bem orquestrada por algum tirano... Bom ano pr`a vós e também para mim! Que belo festim, o dos dias por vir, noites pr`a dormir e manhãs sem ter fim... Será mesmo assim, ou terei de admitir, que o quero sentir e só digo que sim pra “noutro latim” não ter de o desmentir? Maria João Brito de Sousa- 30.12.2017 – 12.23h