ENGOLIR O SAPO




(Soneto em decassílabo heróico)



Amanhe-se um poema às três pancadas,
Com vísceras e escamas por escamar,
E deixe-se o produto a marinar
Em três dedais de lágrimas choradas.



Depois, sirva-se em taças mal lavadas,
Que isso lhe basta quando faz vibrar
As cordas do palato (ou paladar...),
E of`reça-se às leituras apressadas.



Se der “gostos”, vereis que tudo vale;
Ter açúcar, ou não, ter, ou não, sal,
Estar fresco ou não estar fresco, tanto faz,



Pois pouco importa quanto faça mal,
A menos que alguém note, aponte e fale...
Mas engula-se o sapo. Eu quero é paz!







Maria João Brito de Sousa – 23.01.2018 – 13.28h

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