NÃO MAIS QUE UM DEDAL...



NÃO MAIS QUE UM DEDAL


Hoje sou poeta que, em tempos passados,
Teve outros cuidados. Achei-me incompleta.
Sem rumo, nem meta pr`ós passos já dados,
Vi-os naufragados sem causa concreta


E, usando a caneta, sondei meus pecados
Tão sobrestimados... tudo isso era treta
E a vida, uma recta sem fuga prós lados
Que me eram vedados. Tornei-me obsoleta.


Era natural, ou assim o pensava
Porque me cansava de vê-lo tão mal
Que achava um sinal onde nada encontrava;


Nem pedra, nem clava, nem sonho, afinal,
Ou pinga de sal, se o sal me faltava...
Pouco me sobrava. Não mais que um dedal.

*


Maria João Brito de Sousa – 04.12.2018 – (por volta das 8.00h)




Trabalho inspirado no soneto SOBRE MIM DISSERTO de MEA.
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