CAVALOS DE TRÓIA






CAVALOS-DE-TRÓIA 






Retiram-se ufanos os beijos deixados 

nos lábios dos fados por deuses humanos... 

Um ano, dois anos, serão já passados 

e ainda lembrados seu espanto - ou seus danos - 






Que, a todos os planos, ficaram guardados, 

já que a beijos dados não se acham enganos 

pois foram humanos, pois foram de fados, 

não de disfarçados cavalos troianos... 






Ah, se eram presentes, dádivas perfeitas 

de bocas eleitas por deuses e crentes 

de gestos decentes, sem mal, sem maleitas, 






De quem tudo aceitas... Mostrar-lhes os dentes? 

Pobres inocentes! Fazer-lhes desfeitas? 

(são curtas ou estreitas as vistas das gentes!) 






Maria João Brito de Sousa – 08.10.2018 – 12.43h 






Soneto em verso hendecassilábico com rima encadeada

Comentários

  1. Aleluia...Aleluia!! Fiquei tão contente quando vi os "SONETOS NO FIO DA NAVALHA" aparecerem no Top do meu blogue, que vim a correr parabenizar a autora, ainda antes de ler o Soneto.

    Agora vou tomar ali o meu cafezinho e virei mais logo, ok, Maria João?

    Um beijinho e parabéns! :)

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    1. :) Obrigada, Janita.

      A verdade é que este blog foi construído, basicamente, para poder ter acesso aos vossos blogs sem ter de comentar como anónima.

      Hoje aconteceu-me falar com um amigo sobre esta plataforma, e...pronto. Vim actualizá-lo.

      Beijinho e bom cafezinho! :)

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  2. Boa tarde., Bem vindo. Poema sublime. Adorei :))

    Hoje, com: " Mélicos tormentos "

    Bjos
    Votos de uma óptima Sexta- Feira

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  3. Como prometido, cá estou de novo. Soneto lido e ainda não bem digerido.

    Se os beijos são sinceros, dádivas são,
    mas há beijos e beijos, que são de traição...

    Beijinhos, Maria João.

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    1. Eheheheh... aqui está um problema com o qual os poetas de antigamente não se viam a braços :)

      Vá pela chave de ouro, sobretudo pelo verso final, Janita. Este soneto tem uma fortíssima conotação política. Aliás, não pensava eu noutra coisa quando o escrevi... adianto um pouco mais; tem a ver com o resultado das últimas eleições no Brasil.

      Beijinho grande, Janita.

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    2. :))) Ah, pois...se a cantiga é uma arma, a poesia alarga as vistas da(s) gente(s) :))

      Beijinhos e obrigada, Mª João. :)

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    3. Sim, seria suposto que assim acontecesse, mas... quer-me parecer que o nosso povo irmão quase comprou a doença, julgando estar a comprar a cura...

      O Cavalo-de-Tróia simboliza tudo aquilo que nós recebemos - ou elegemos... - de braços abertos, como uma promessa de cura, e que acaba por se revelar o pior de todos os males.

      Já está a ver quem é o Cavalo-de-Tróia deste soneto?

      Beijinho e uma noite descansada, Janita.

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