AMOR E DOR II




AMOR E DOR II





Amor e Dor, brincando se entre-chocam

E se enredam num fio que acaba em nó.

Até então, Amor vivera só

E, a Dor, lá nas lonjuras que se evocam.





Moram juntos agora e, mal se tocam,

Sentem um pelo outro um mesmo dó;

Amor, que era imortal, desfaz-se em pó

E a Dor sucumbe à dor que os nós provocam.





Nesta paradoxal (des)união,

Sente Amor, pela Dor, tal compaixão,

Que cega, pra não vê-la sucumbir





E a Dor, que vendo Amor, o julga são,

Mais se enreda nos nós, mais sem perdão

Se obriga a não deixar Amor partir.









Maria João Brito de Sousa – 13.05.2018 – 09.27h





Comentários

  1. Poema de uma sonoridade de leitura divina
    .
    * Meu amor ... o que amo em ti *
    .
    Feliz início de semana.

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    Respostas
    1. Obrigada. Feliz início de semana, Gil.

      Quanto ao soneto, ele tem mesmo de ter uma perfeita sonoridade, ou não será soneto.
      A palavra deriva do italiano e significa pequena canção :)

      Eliminar

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