MÃO(S) II
MÃO(S) II A mão que molda o barro, ao barro torna Pra que não falte barro às mãos por vir, Pra que haja novas mãos a ressurgir, Pra que varie o barro, ao tomar forma. Abençoada a mão que foge à norma E se recusa ao gesto de oprimir; Abençoada a mão que resistir Moldando o mesmo barro a que retorna. Olho esta minha mão. A tua. A nossa. Sei que há-de fazer tudo quanto possa Pra que outras sobrevenham depois dela. À minha mão velhinha, em tempos moça, Já o tempo a descarna e a desossa Sobre um barro que a fez menina e bela. Maria João Brito de Sousa – 26.04.2018 – 15.02h