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NARRATIVA DE UMA DESPEDIDA

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NARRATIVA DE UMA DESPEDIDA  *  Nos teus olhos encontro vida, ainda,  E uma espécie de encanto, indecifrável,  Discreto, porque a vida se te finda  Mas, como tu, directo, franco, afável,  *  Pronto pra confirmar que a vida é linda,  Ainda que tão curta e sempre instável,  Apesar do pesar com que nos brinda,  Sendo-te, embora, a morte inevitável.  *  E adormeces comigo à tua beira  Deixando uma mensagem derradeira  Que criou vida própria e que perdura  *  Até hoje e até sempre, enquanto eu viva.  (trinta e sete anos conta, a narrativa,  e eu não vos sei dizer se estou madura)  *  Maria João Brito de Sousa – 18.10.2018 – 14.54h  *  Soneto inspirado na leitura do poema “A Vida em Teu Olhar”, de Joaquim Sustelo.  Neste soneto, narro a partida do meu avô poeta, António de Sousa, trazendo-a para o momento presente. 

"LA VITA È BELLA"

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“LA VITA È BELLA” * Não olho para o Sol, quando se deita, Antes observo a flor que vai fechando e a ave que de pronto sai voando para a ramada que essa flor enfeita. * Não olho para o Sol, a estrela eleita que me fere o olhar, me vai cegando... Apenas olho a Lua que, brilhando, fornece a luz que o meu olhar aceita. * Mas quando o Sol renasce e eu desperto, mesmo que esteja o céu todo encoberto ou brilhe a Lua, ainda não rendida, * Renasce em mim o brilho a que me furto e o dia, sendo longo, é sempre curto para provar-vos quanto é bela, a vida. * Maria João Brito de Sousa – 02.10.1018 – 12.28h

CAVALOS DE TRÓIA

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CAVALOS-DE-TRÓIA  *  Retiram-se ufanos os beijos deixados  nos lábios dos fados por deuses humanos...  Um ano, dois anos, serão já passados  e ainda lembrados seu espanto - ou seus danos -  *  Que, a todos os planos, ficaram guardados,  já que a beijos dados não se acham enganos  pois foram humanos, pois foram de fados,  não de disfarçados cavalos troianos...  *  Ah, se eram presentes, dádivas perfeitas  de bocas eleitas por deuses e crentes  de gestos decentes, sem mal, sem maleitas,  *  De quem tudo aceitas... Mostrar-lhes os dentes?  Pobres inocentes! Fazer-lhes desfeitas?  (são curtas ou estreitas as vistas das gentes!)  *  Maria João Brito de Sousa – 08.10.2018 – 12.43h  *  Soneto em verso hendecassilábico com rima encadeada

...ATÉ A NEVE CHORARÁ NUM DIA QUENTE...

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Apresento-vos o meu quarto livro de poesia. Surpresa para mim, que a sua edição mais uma vez me foi oferecida pelo "site" HORIZONTES DA POESIA, na pessoa do poeta e grande amigo Joaquim Sustelo. Não haverá lançamento, nem "vernissage", atendendo ao precário estado de saúde em que me encontro, mas o livro poderá ser adquirido através dos CTT, contra o depósito de dez euros no NIB abaixo referido, desde que me façam chegar o nome do/a depositante e uma morada para posterior envio da obra. Alguns conhecem bem o meu endereço electrónico - e mail - outros, não. Para os segundos recomendo que me enviem esses dados através do Facebook, por mensagem privada.  ( Facebook.com/poetaporkedeusker ) As obras não se encontram na minha posse. O principal objectivo, para além da divulgação da obra, será o de ajudar-me a sobreviver financeiramente e eu tenderia a oferecê-las todas... ou quase todas. Além do mais, não m

CIDADE SEM SENTIDO(S) - Editado e declamado por Albertino Galvão

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A FACE OCULTA DA EMOÇÃO

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A FACE OCULTA DA EMOÇÃO  Repara como se usa e manipula  Uma emoção qualquer, a bel-prazer,  Se a razão não a filtra, nem regula,  E deixa que ela exerça um tal poder  Que o que havia de bom nela se anula  Pra dar lugar ao mau que nela houver  E te enreda, te prende, te encasula  Nas mais perversas tramas do teu ser.  Emoção livre e todo-poderosa  É cega, é surda, avança impiedosa,  Não olha a meios pr`alcançar as metas,  Não tem espírito crítico, nem pensa;  Ora beija, ora esmaga sem detença  Homens, mulheres, crianças e poetas.  MariaJoão Brito de Sousa – 23.05.2018 – 08.01h